terça-feira, agosto 23, 2016

MISSÃO CUMPRIDA!


Nenhum problema grave. Ou a segurança foi extrema, ou os terroristas acharam que pegaria mal para a imagem deles atacar as Olimpíadas...
Fechamento singelo, simples, bonito.... maravilhoso e encantador, assim como a abertura. Faltou o Sul do Brasil, faltou São Paulo...Estranha estrela vermelha formada em dado momento próximo ao final...

Parabéns aos atletas que bateram o recorde de medalhas! Parabéns aos que quase chegaram conseguindo posições inéditas em várias modalidades não convencionais no Brasil.  Parabéns ao vôlei. Pena as meninas, faltou algo, mas não é tema para análise agora. Nem por mim...

Finalmente, a medalha olímpica no futebol – mas porque só Neymar é o ultra homenageado? O que é mais fácil, fazer um gol de pênalti ou segurar um pênalti? Ahhh, se não fosse o goleiro Weverton...

O COI....ou COI(N)?
Não é apenas a FIFA a sofrer criticas pelo modelo que impõe ao futebol. O COI também, e transcrevo aqui, para você, parte de um editorial do WP:
Os 10 mil atletas e os brasileiros são os redentores dos Jogos. E, no entanto, eles carregaram o maior fardo e foram os menos recompensados por seus esforços, enquanto o COI desfilava por almoços de bufês com os bolsos cheios com o dinheiro das receitas.

O COI precisa de um novo modelo, um que rode os Jogos por cidades que já tenham os locais preparados. É hora de terminar esses gigantes atropelos com os custos. Se o COI realmente quer mostrar ao mundo que seu “movimento” tem mais valor que a revenda de ingressos, poderia começar mergulhando em sua inchada conta bancária e oferecer ao Rio apoio para as Paralimpíadas. É hora de o COI se tornar alguém que dá mais do que toma. Penso que é hora de descentralizar tais entidades. No Brasil, a CBF seria ou será, um bom começo! Talvez o sistema de ligas com o embrião Sul-Minas seja um caminho. Despolitizar as entidades.
*COI(N) = coin (moeda)
  
Mas voltando à quadrupede bovina fria, mesmo com tantos problemas, o Brasil ficou em 13º no quadro de medalhas. Para um país com tantos problemas e com tanto a resolver em Educação, Infraestrutura, qualidade de vida, segurança, decência política e institucional, e falta de apoio generalizada para tanta coisa, desde o ambiente de negócios até o ato empreendedor que cada atleta decide assumir,  creio que podemos nos considerar grandes vencedores por superação e criatividade. O apoio que as FFAA deram a diversos atletas em uma inteligente parceria com o Ministério dos Esportes, possibilitou muitas das medalhas conquistadas. Afinal, não há como ter foco para desenvolver o talento nato quando se tem que sobreviver, por vezes em condições muito precárias. 

Alcançar as metas olímpicas não é brincadeira. 
Por que digo isso? Eis as colocações dos países que consideramos ícones em muitas coisas no quadro de medalhas:
Nova Zelândia – 19º
Canadá – 20º
Suiça – 24º 
Dinamarca – 28º
Suécia – 29º
Bélgica – 35º
Irlanda – 62º
Noruega – 74º
Áustria – 78º
Finlândia  e Portugal – 78º

Certamente não se poderia dizer que não existem condições estruturais para desenvolver atletas e equipes verdadeiramente competitivos. Quais os motivos? Fica a pergunta...

Mas isso demonstrado significa que o esporte, ou eventos esportivos de classe mundial, são mais importante do que Educação? Certamente que não! Mas um país se faz com a diversidade de ações positivas. Isso deve ser compreendido. O Brasil pode fazer muitas coisas. E está descobrindo que pode fazer bem feito. Que pode melhorar. Que tem potencial para fazer muito, em muitos setores. Quando se anunciou a intenção de o Brasil sediar a Copa do Mundo, fui contra. O mesmo em relação às Olimpíadas. Mas comecei a pensar nos legados. Não nos estádios vazios, nos erros monumentais cometidos especialmente na Copa,  na gestão desastrada gestão do PT. A lei de Murphy é implacável e terminou com 7 a 1 para a Alemanha. O futebol é importante, mas não é tudo. 

Talvez as coisas estejam realmente mudando, a egrégora está mais positiva. Os legados serão mais subjetivos do que as obras realizadas no Rio de Janeiro. E se espraiarão pelo Brasil. Talvez até pela América Ibérica, já que podemos ter inaugurado um novo ciclo regional. O esporte, nas suas múltiplas versões, é algo que pode gerar muitos empregos. Não apenas para os atletas, mas para toda a estrutura e todas as cadeias de produção que se formam no desenvolvimento de cada modalidade. Desde tênis especiais para corrida de 100m, até para os maratonistas, ou para basquete, tênis, badminton, voleibol, enfim, acessórios e equipamentos para as dezenas ou centenas de modalidades que exigem uma enorme cadeia de produtos, serviços, apoio logístico, treinadores, fisioterapeutas, juízes, sim... vai imaginando... e aí se chegará aos EUA, que já fazem isso e movimentam bilhões de dólares nas diversas cadeias de produção e serviços. Tudo é afetado. 

Ah, mas tem os países comunistas.. é verdade, mas o foco é na propaganda por meio de atletas que são suportados pelo Estado, sem que exista o compartilhamento e distribuição de oportunidades para todos os demais setores produtivos, que afinal são, estatais. A maioria acaba mesmo importando, porque não tem fábricas... Cuba, por exemplo, ficou em 18º, mas importa tudo. Por enquanto. 

Economia energizada suporta todo o resto – educação, saúde, infraestrutura, segurança, enfim, tudo. O dinheiro é como o sangue em um organismo. Por isso, se houver continuação das nossas olimpíadas de cada dia, aceitando desafios, chamando novos desafios, então este será o maior legado, não apenas para o Rio de Janeiro, mas para boa parte, ou quem sabe, todo o País. 

Por isso vejo mudei de opinião em relação a realização das Olimpíadas. Mesmo sendo apenas no RJ, cuja cidade certamente é a maior beneficiada, a multiplicidade das modalidades, se continuadas por motivação, investimentos, interesse de jovens que se descobrem talentosos em alguma dessas modalidades, poderá gerar novas e importantes cadeias produtivas, como novas empresas, novas tecnologias, novos empregos, novas profissões. Veja a indústria do carnaval. Poucos a conhecem, eu conheci isso de perto e percebi que se trata de uma fantástica cadeia de produtos e serviços que envolve, o ano inteiro, dezenas de milhares de pessoas direta e muito mais ainda indiretamente. 

Podemos fazer muito neste País, sem negar as vocações locais e regionais, mesclando-se tudo em um jeito genuinamente brasileiro de viver: o “Brazilian way of life”, logicamente com ética, decência, menos governo nas nossas cabeças (e nos nossos bolsos). Com autonomia, dentro de um novo modelo, cada estado será campeão em suas vocações. 

Finalmente, mais um dos aspectos do legado das Olimpíadas, infinitamente maior do que o da Copa – que até hoje ainda não vi muita coisa além de estádios vazios e muito dinheiro desviado – é a confirmação da capacidade brasileira colocada à prova diante de tantos problemas – zika, terrorismo, violência urbana, saneamento comprometido, politicagem e a própria crença de uma tragédia anunciada. Mas felizmente não realizada. O evento foi ótimo, com poucos problemas e o Rio de Janeiro e o Brasil saem com uma imagem renovada depois de anos de degeneração. 

Os ventos de 123 km no domingo do encerramento das Olimpíadas, assim como a Lava-jato, podem ter sido o sinal simbólico efetivo de mudanças no Brasil. Que bons ventos as tragam. 

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