quarta-feira, julho 01, 2015

QUANDO UMA SOLUÇÃO SE TORNA PROBLEMA

O novo assunto para ocupar a Sociedade Brasileira, e fazê-la se desviar do resto dos imensos problemas brasileiros, é a discussão da redução da maioridade penal, pelo barulho que já causa. É tema importante, necessário, mas a solução não fica apenas na inclusão de mais gente nas cadeias.

A situação traz diversas complexidades. A primeira assusta, pois propõe uma decisão popular nacional. Este tema, assim como muitos outros, deve ser discutido e decidido em cada estado. Decisões populares em nível nacional abrem a “caixa de pandora” que nos conduzirá para o democratismo, a ditadura das massas, e em seguida, ao totalitarismo. Além disso, vão passar de novo por cima da frágil e inacabada Constituição Federal, mais uma pá de cal na pálida Federação. Como impor uma decisão, seja ela qual for, para todos os 26 estados e o DF achando que é justo e democrático? O Brasil parece igual, mas não é. Nem poderia, com 8,5 milhões de km2.

Temos cerca de 500 mil pessoas aprisionadas no país. E há outras dezenas, centenas de milhares que já deveriam estar encarceradas. Sei que você pensou em muitos políticos, mas o problema é muito mais complexa, pois não temos, salvo raras exceções, sistemas prisionais qualificáveis como tal. São, no mínimo, guetos piores do que os feitos por nazistas. Por outro lado, não há dúvida de que há jovens com 10, 12, 15 anos de idade absolutamente perigosos! Mas existem vagas para os que forem presos como adultos? Em pé, como na maioria das celas? Se uma Sociedade quer recivilizar um ser humano ainda recuperável, deve, sem dúvida, dar as condições de civilidade, deve ser o exemplo. Mesmo tendo que isolar o irrecuperável. Nossas prisões tem alguma condição para fazer isso?

A complexidade política, recheada de interesses, ideologias e demagogias tem ainda a solução jabuticaba, ou seja, típico do Brasil: fazer a casa começando pelo teto. Os problemas brasileiros são crônicos. E sistêmicos. Apesar do volume de tributos que empobrece o Povo, não há dinheiro para nada, exceto para a bandalheira e o custo exorbitante de uma máquina estatal esquizofrênica. O sistema prisional, por tratar do que se acostumou caracterizar como escória da Humanidade, parece ser, de fato, o ultimo dos últimos setores a receber recursos para sua manutenção, quanto mais, para melhorias. Solução imediata? Privatizar! Há modelos inspiradores que podem também ser melhorados. Todos ganharão! A gestora privada, que vai faturar com os serviços prestados pelos presos, que pagarão pela sua situação com trabalho, reeducando-os com disciplina rígida, preparando-os para uma nova vida; o Estado, que transformará limões em limonadas, o criminoso, que será reintegrado, se possível, socialmente como cidadão com habilidades para fazer dinheiro com trabalho honesto e a Sociedade, que ficará mais segura.

Para que uma solução tão clamada popularmente não se torne um problema maior, ampliando a complexidade negativa que domina o tema, não se recomenda atropelar o processo “no atacado” como está se pretendendo, ferindo “o varejo” local, como bem visto. Também não se pode ficar sem fazer nada diante da escalada dos crimes praticados por “menores”. A crise, aparentemente sem saída, traz, na verdade, a grande oportunidade de se resolver de vez a situação de todo o sistema prisional no País. Conceda-se aos estados privatizarem os presídios. Simples assim.