domingo, maio 08, 2011

Competição injusta

A viagem à China feita pela atual ocupante do Planalto poderia ser encarada como qualquer outra que qualquer presidente faz a vários países, ou seja, estreitar laços e abrir canais para novos negócios. Embora não tenhamos acesso a todos os negócios e possibilidades abertos ou não, a notícia de que os eletrônicos, com a vinda dos chineses ao Brasil, vão ter seus preços bastante reduzidos preocupou. Não pela queda de preços, sempre bem vinda, mas pela forma como isso ocorrerá: com o fim definitivo das empresas brasileiras.

Sim, a maioria das empresas brasileiras não resistirá a uma competição absolutamente injusta que o Governo Brasileiro está impondo. Haverá chance de competição justa somente quando a empresa brasileira estiver livre dos problemas que todos já conhecem - burocracia, encargos trabalhistas, carga fiscal e tributária, caótica infra-estrutura e taxas de juros estratosféricas, além da instabilidade das regras. Os chineses, mesmo submetidos às mesmas regras brasileiras, vêm com capital barato e tecnologia de ponta, com muito apoio de sua terra. É bom, mas é ruim.

Essa forma de agir do atual governo parece apontar para a transformação do País em plataforma agrícola mundial, pois é óbvio que, sendo a agricultura a que menos é afetada pela carga tributária, por ser primária, vai receber mais investimentos e novos empreendedores – teoria dos vasos comunicantes. O problema é que os empresários não foram consultados. Como sempre, tudo é feito com base em outros interesses de poucos, já que detém a concentração do poder e misturam governo e Estado.

E o anúncio de que o Grupo Foxconn (China) vai investir US$ 12 bilhões em cinco anos para fabricar televisores e gerar 100 mil empregos parece não ter causado estranheza a ninguém. Não seria muito dinheiro? Cinco a oito, talvez dez vezes mais do que uma plataforma completa para trazer uma indústria de carros? Ou tem “barulho de carroça” nessa informação, típica de vendedores de ilusões a um povo e imprensa anestesiados ou os chineses estão fazendo troça com os brasileiros, dada a ingenuidade da malandragem tupiniquim...

O quadro geral brasileiro é caótico, todos já sabem. O que se insiste em ignorar é a solução – reforma geral do modelo de Estado Brasileiro orientado para um federalismo de verdade – autonomia tributária, legislativa, judiciária e administrativa. Afinal, com o fortalecimento dos governadores e dos povos de cada estado, vai ficar mais difícil para um governo central tomar decisões que interessem a apenas seletos grupos do modelo feudalista plutocrático e absolutista vigente no País

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