segunda-feira, março 07, 2011

ABORTO, CASAMENTO HOMOSSEXUAL E A CPMF.

Muitos temas foram abordados durante a última campanha presidencial, tendo a questão do aborto e casamento homossexual criado um ponto de tensão em expressiva parcela de eleitores, sendo considerado o fato que teria causado o segundo turno. Estes temas já estão voltando ao centro das atenções. Dentro das estratégias de priorização das notícias que alimentam e orientam a imprensa brasileira, estes servirão, como sempre, de bode expiatório ou outro tipo de técnica na arte da propaganda governamental, para desviar a atenção da Sociedade para algo que também seja muito sério, mas mais sério ainda para os interesses do Planalto.

Apesar de conhecidas, as técnicas sempre funcionam. Questões que por vezes estão consolidadas na Sociedade se tornam polêmicas exatamente por ações planejadas por grupos específicos e por vezes governantes. E o risco de se ver uma medida contrária aos interesses da população ser aprovada no Congresso, com base no “sistema representativo” está se tornando cada vez maior. Basta ver o que vai acontecer com a CPMF, ou seja lá sob qual nome o imposto sobre as movimentações financeiras vai ter. Sua volta é tida como certa.

A população concordaria com a volta da CPMF? Experimentem fazer um plebiscito. O “Não” passaria dos 90%. Mas assim mesmo, o famigerado imposto vai voltar. Você já imaginou se questões polêmicas como a do aborto, eutanásia, casamento de pessoas do mesmo sexo, pena de morte, etc., fossem tratadas da mesma forma? E de um “consenso” entre lideranças com apoio massivo da mídia paga com muita propaganda governamental? Temos exemplos recentes, como a campanha pelo desarmamento que apontava vitória do “sim” com expressiva folga, e a questão das cotas. Tudo imposto sobre a Sociedade, algumas vezes em doses homeopáticas, em outras em doses únicas. Isso pode ocorrer com qualquer coisa, da CPMF ao aborto.

Quer mais um sinal do risco da “aprovação” praticamente chavista? O recente caso do novo valor do salário mínimo, pois a presidente que ocupa o Planalto conseguiu fazer aprovar na Câmara, um artigo incluso no respectivo projeto, que lhe dá plenos poderes para fixar novos valores por decreto. É provável que passe no Senado, pois o Congresso atual é todo da “base aliada”...

Existem muitas formas de se fazer o que quiser na caixa de pandora de governos centrais que acumulam mais e mais poderes. E os riscos de termos que engolir medidas, decretos, leis e até emendas constitucionais dos ocupantes dos Três Poderes, absolutamente alinhados, graças a dependência do Poder Executivo é cada vez maior. Ok, podem existir passeatas inspiradas no Egito e demais países do Oriente Médio e Ásia, e os ocupantes do Planalto voltarem atrás, mas não por muito tempo, sempre vão avançar mais e mais sobre a Sociedade. Ninguém tem o direito de impor, de empurrar goela abaixo, suas convicções só porque é governante. Mas ditadores, proto-ditadores e governantes com muito poder centralizado como é o caso brasileiro fazem isso.

A única forma de se defender disso está na autonomia aos povos de cada estado federado poder deliberar e decidir sobre temas que influenciam sua vida, principalmente quanto aos aspectos que mexem com o íntimo de cada indivíduo. O direito de autonomia estadual para deliberações e referendos ou plebiscitos é a melhor manifestação da democracia, praticando-se justiça social, justiça política e justiça moral.

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