quarta-feira, maio 16, 2012

EUROPA – A CAMINHO DE UMA CONFEDERAÇÃO?

As eleições francesas teriam um outro recado, bem além do ideológico. A União Europeia não deveria ter passado do Tratado de Schengen (que se relaciona a obrigatoriedade de turistas terem seguro de assistência médica e de viagem em toda a zona da União)... Ok, exagero um pouco, mas a união monetária e política vai contra os princípios da melhor administração, ainda mais quando se tenta colocar culturas tão diversas em uma mesma panela. Isso sempre foi o sonho de países com viés imperialista como a Alemanha e França, que comandaram o processo todo. Essa situação, financiada com enxurrada de euros para os países do segundo escalão, como a Hungria, Polônia, Grécia, Portugal, Espanha, enfim, tantos outros, retirou a vantagem competitiva destes em relação aos demais, seja esta cambial ou outra. A vida ficou extremamente cara nestes países, que igualaram seus preços internos a toda a Europa, em euro, sem que o nível de vida acompanhasse isso tudo. Das vezes que fui à Hungria, e minha mãe mora lá, sofre o diabo com aposentadoria de US$ 200,00 do governo húngaro (a qual antes permitia viver), e agora sobrevive com minha ajuda daqui também, percebi esse fato. Conversei com um primo, que é prefeito em uma pequena cidade, e ele me disse o que aconteceu, embora, tal como no Brasil, não tenha conseguido ligar causa com efeitos. Essa mania de centralização de poderes, da economia, legislação, enfim, tudo, vai contra a essência da natureza humana. Se isso vier a ocorrer um dia será por força de uma miscigenação global provocada exatamente pela globalização contínua e crescente, ou seja, pelas trocas culturais, econômicas, tecnológicas e até “inter-raciais” e aí, se tornará realidade a tal “aldeia-global”. Não sei se isso vai ser bom... mas, como dizia Keynes, até lá, nós deste 2012, estaremos todos mortos.... Não foi a esquerda francesa que ganhou as eleições, mas os franceses que já disseram não no último referendo para aprovar a Constituição da União Europeia, surpreendendo a todos os políticos e articuladores desta união. Ficou claro que a os franceses querem autonomia, não é só o corporativismo dos grupos financiados pelo governo, mas o povo em geral. Hollande foi mais incisivo e radical em relação a isso, jogando, é claro, com o populismo das facilidades do “welfare”, e Sarkozy, mesclado com Merkel, não teve chance. Quem perdeu a eleição foi Merkel...nem dá para dizer que foi a Alemanha, pois seu povo também não está satisfeito em financiar a Europa. Talvez o euro permaneça, como moeda comum, em um futuro de três a cinco anos, apenas nos países que estão em nível próximo à Alemanha, quem sabe dentro de um novo acordo: Holanda, Áustria e a própria Alemanha. Esqueci de algum? Talvez a Itália ... os demais voltarão, um após outro, com a lição aprendida de que é melhor fazer por si mesmo, as vantagens no médio e longo prazo são infinitamente maiores do que as de curto prazo, com dinheiro farto. Regras da natureza...

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